O crescimento real de 8,4% da receita líquida do governo federal em abril, na comparação com o mesmo período do ano anterior, pode ser explicado por quatro fatores principais, disse nesta terça-feira (28) o Tesouro Nacional.

Um dos fatores foi o aumento de arrecadação de R$ 9,6 bilhões da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e de R$ 2 bilhões do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), “resultado que decorreu da conjugação positiva da arrecadação relativa ao setor de combustíveis, da exclusão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) da base de cálculo dos créditos dessas contribuições, além da redução no montante das compensações”.

Outro foi a elevação de R$ 1,7 bilhão na arrecadação com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), “essencialmente explicado pela redução nominal das compensações tributárias, apesar do decréscimo na produção industrial”.

O terceiro foi o “aumento do imposto de importação de R$ 1,3 bilhão, que decorreu dos aumentos do volume em dólar de importações, da taxa média de câmbio e da alíquota média efetiva desse imposto”.

Por fim, houve crescimento de R$ 3 bilhões na arrecadação líquida do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), “fruto da combinação dos aumentos da massa salarial, da criação de empregos formais e da arrecadação do Simples Nacional”.

“No entanto, o crescimento de receita foi parcialmente compensado pela queda de R$ 1,5 bilhão” com concessões e permissões, segundo o Tesouro. Isso porque “em 2023 houve arrecadação de receitas de novas concessões de aeroportos no total de R$ 1,5 bilhão, valor que não se repetiu em abril de 2024”.

O detalhamento está no sumário-executivo do Resultado do Tesouro Nacional (RTN), divulgado hoje pelo Ministério da Fazenda.

— Foto: Adriano Machado/Bloomberg

Benefícios previdenciários

O crescimento real de 12,4% das despesas totais do governo federal em abril, na comparação com o mesmo período do ano anterior, pode ser explicado por quatro fatores principais, aponta o sumário-executivo do RTN.

O principal “foi o aumento de R$ 11,7 bilhões nos pagamentos de benefícios previdenciários, resultado principalmente da diferença no calendário de pagamento do 13º salário da previdência social”.

“Em 2023, o 13º salário da previdência social foi pago nos meses de maio, junho e julho, enquanto este ano será pago em abril, maio e junho”, disse.

Outro foi a alta de R$ 1,5 bilhão “nos benefícios de prestação continuada”, por sua vez “reflexo do aumento no número de beneficiários e da política de valorização real do salário mínimo”. Também houve “crescimento das despesas com pessoal e encargos sociais em R$ 1,4 bilhão, em função principalmente de reajustes salariais concedidos ao funcionalismo público em 2023”, e “aumento de R$ 2,2 bilhões nas despesas discricionárias”.

Se você gostou deste conteúdo, considere se inscrever em nossa newsletter para receber artigos como este diretamente em sua caixa de entrada.

Publicado no jornal VALOR

Compartilhe

Mais Artigos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *